Vocês gostam de calor
Olhem que eu não tanto assim.
Fujo pra casa agastada,
Nem olho pró meu jardim.
O vosso cantar estridente
É prenúncio de quentura.
Ó cigarra cantadeira,
A formiga te censura.
Sem pensar no frio Inverno
Passas o Verão a cantar
Em vez de guardar sustento
Prós filhos alimentar.
Terá La Fontaine razão
Na fábula que criou?
Eu sinto-me a formiga
Que arrecada o que achou.
Queima o Sol na varanda
Enquanto eu estendo a roupa
E tu cantas, cantas sempre,
Agora que faço a sopa.
O Senhor nos fez assim
Cada um com uma missão
E à cigarra destinou
Que cantasse no Verão.
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