Pela manhã, a mãe do David levantou-se, de caracóis revoltos, lavou as mãos e correu à cozinha.
Aí, ferveu o leite, que deitou sobre o chocolate em pó, cortou uma gorda fatia de pão-de-ló, e tudo dispôs num tabuleiro, com uma palhinha vermelha e um alvo guardanapo de papel.
Depois, foi a vez de acordar o David, ensonado, recusando abrir os olhos.
- Bom dia, filhote! - cantou a mãe. - Vamos acordar.
O menino murmurou:
- Não...
- São horas de levantar! - disse a mãe, olhando o relógio.
O menino voltou-se na cama e resmungou:
- Não.
- Olha que tens de ir para a escola e não deves chegar atrasado! - lembrou a mãe, destapando o dorminhoco.
O menino fechou os olhos com força e agarrou-se aos cobertores:
- Não!
- Ai! Ai! - zangou-se a mãe. - Tu não queres acordar e lá dentro o pão-de-ló não pára de reclamar.
- O pão-de-ló? - perguntou o David, abrindo os olhos.
- Sim, o pão-de-ló - respondeu a mãe, expedita. - Não sei o que combinaste com ele, mas insistiu imenso em falar contigo, não me deixou sossegada, e agora está na sala, à tua espera...
- O pão-de-ló! - exclamou o menino, de olhar brilhante, sentando-se na cama.
Depois, sorriu, maroto, estendendo os braços:
- Ajuda-me, mãe. Tenho uma reunião importante, agora.
- Sim? – perguntou, a mãe, aliviada, entregando ao filho a camisa e as calças de ganga. - Tens uma reunião na escola, com a professora?
O David torceu o nariz e acabou por soltar uma gargalhada:
- Não, mãe, não! Na sala, com o pão-de-ló!
1 comentário:
Que bonita!!!...
Parabéns, querida Ilona.
Beijinhos
Cremilde
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