terça-feira, 21 de dezembro de 2010
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
O QUE COMEMORAMOS NO NATAL, o Evangelho segundo São Lucas
domingo, 19 de dezembro de 2010
PARABÉNS AOS ALUNOS E AOS PROFESSORES, de Ilona Bastos
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O menino Nicolau, Sempé |
sábado, 11 de dezembro de 2010
TEMPO DE NATAL, poesia de Maria da Fonseca

Walking to School, pintura de Veronika Nagy
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
O ELÉCTRICO DE NATAL, história de Ilona Bastos
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De 2 a 20 de Dezembro, em Lisboa, o Eléctrico de Natal da Carris transportará os mais novos em viagens natalícias cheias de surpresas e momentos inesquecíveis.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
BALADA DA NEVE, poesia de Augusto Gil
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho…
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria…
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho…
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança…
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!…
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!…
Porque padecem assim?!…
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.
domingo, 28 de novembro de 2010
A PRINCESA COM CORAÇÃO DE OURO, história da Avómi
O pai da Princesa era um Rei muito austero, ganancioso, egoísta, e não lhe agradava nada que a filha fosse tão boazinha, pelo que resolveu mandar construir aquele castelo, precisamente para levar para lá a Princesa e assim privá-la de ter contactos. A Princesa ficou completamente isolada e por companhia tinha apenas os Servos.
De vez em quando o Rei visitava a filha, mas não lhe fazia um carinho nem sequer reparava na sua tristeza. Apenas a rodeava de luxo e conforto.
A Princesa, encerrada naquela masmorra, deixara de ser feliz, já que naquele lugar tão distante não podia fazer o que seu coração pedia. Passava horas e horas a magicar sobre a possibilidade de se ver livre de tão terrível cativeiro, mas no meio do bosque cerrado sem que ali aparecesse viva alma, que poderia fazer?
A Camareira que o Rei destinara à Princesa era sisuda e pouco faladora, por isso a Princesa tinha receio de manifestar a sua preocupação, e passavam dias e dias sem se dirigirem uma palavra.
Certo dia, ao entrar nos aposentos da Princesa, a Camareira apercebeu-se de que ela havia chorado copiosamente e ficou preocupada. Perguntou-lhe se sentia alguma dor, ou se algo lhe faltava, ao que a Princesa respondeu, não com palavras, mas com um choro exasperado.
Os Mestres andavam também preocupados com o desinteresse da discípula, tanto mais que antes ela era muito aplicada. Até o piano que antes tanto gostava de tocar, pôs completamente de parte. Apenas bordava afincadamente com o intuito de, na primeira ocasião, arranjar maneira de vender os bordados na cidade, para assim poder ajudar as pessoas necessitadas.
A Camareira observava-a todas as manhãs, e à medida que os dias passavam, achava-a mais triste e a emagrecer a olhos vistos, pelo que, certo dia, já muito preocupada, resolveu propor à Princesa ajudá-la no que quisesse, sem que o Rei tomasse conhecimento. A Princesa, agradecida, pediu-lhe que fosse à cidade vender todos os bordados que fizera e que entregasse todo o dinheiro da venda a uma instituição cujo nome indicou, mas com a condição de mais ninguém saber.
Como se deslocaria a Camareira até à cidade que era longe, nem uma nem a outra pensou.
Já a Camareira saia dos aposentos da Princesa, quando esta se lembrou do pormenor da deslocação à cidade. Chamou-a pedindo-lhe que trouxesse o Cocheiro junto de si. Aquela obedeceu prontamente, não sem sentir uma certa curiosidade, mas como a Princesa nada mais disse, limitou-se a cumprir as suas ordens.
O Cocheiro chegou pouco depois e a Princesa disse que precisava dum favor seu e ele, receoso, respondeu, que se não fosse contra as ordens do Rei, tudo faria. Perante esta resposta, a Princesa ficou perplexa e sem saber que fazer.
No dia seguinte, após uma noite mal dormida, a Princesa contou o sucedido à Camareira que também ficou preocupada e, sem que pudesse fazer fosse o que fosse para ajudar a Princesa, resolveu mandar um Mensageiro a Sua Majestade, dado que receava pelo seu estado de saúde que de dia para dia ia agravando. Era melhor que o Rei visse com os seus próprios olhos como se encontrava a filha.
O Rei apesar de ser mau e egoísta, amava a filha, de modo que assim que recebeu a mensagem, pôs-se a caminho. Quando chegou ao Castelo e viu a filha naquele estado de magreza e angústia, decidiu que deveria chamar o melhor Médico do Reino para observar a menina.
Mandou chamar o Cocheiro e entregou-lhe uma mensagem, para que fosse urgentemente levá-la ao endereçado.
A Camareira estava presente e aproveitou para pedir autorização a Sua Majestade para viajar com o Cocheiro, aproveitando assim para tratar de assunto de certa importância na cidade, o que vinha adiando há algum tempo, por não ter possibilidade de se deslocar.
O Rei, embora com pouca vontade, autorizou a Camareira a deslocar-se à cidade, pois o que o preocupava no momento, era a saúde de sua filha. Ordenou que partissem quanto antes e recomendou ao Cocheiro que não o queria de volta sem o Médico.
Partiram pela madrugada, tendo chegado de manhã cedo à cidade. Chegados ali, cada um seguiu o seu destino; o Cocheiro dirigiu-se a casa do Médico e a Camareira ao local que a Princesa indicara para a venda dos bordados.
O Médico não se encontrava em casa, mas no hospital a assistir a um doente cujo estado inspirava cuidados especiais e não o abandonaria nas próximas horas, pelo que resolveu que só partiria na manhã seguinte. Para isso,deixaria o seu doente entregue a outro Médico que o substituiria.
Assim, a Camareira teve tempo de vender todos os bordados e de entregar os donativos na Instituição indicada pela Princesa.
No dia seguinte, partiram bem cedo para o Castelo e chegados lá, o Médico dirigiu-se aos aposentos da Princesa, seguido da Camareira que através do olhar transmitiu à Princesa que tudo correra bem.
Após exame minucioso, o Médico afirmou ao Rei que o estado da Princesa não era grave, mas que poderia tornar-se se continuasse enclausurada no Castelo e naquele ermo. Aconselhava-o, portanto, a tirá-la dali ou, pelo menos, a deixá-la sair diariamente para um passeio a pé e uma vez por outra far-lhe-ia bem ir até à cidade.
O Rei olhou o Médico de soslaio, cofiou o bigode farto, manteve-se calado algum tempo e depois de alguns minutos de reflexão decidiu autorizar a Princesa a sair sempre que quisesse, mas acompanhada da Camareira.
Assim terminou o cativeiro da Princesa.
sábado, 20 de novembro de 2010
VIDA DUPLA, poesia de Maria da Fonseca

-A gata tem doze anos -
Passa o seu tempo a dormir,
Não incomoda ninguém,
E só tarde vai sair.
- Mas à noite o que fará? -
Parece sempre cansada.
Só acorda pra comer,
E adormece, confiada.
Tapa os olhos co'as patitas
Num assomo de candura.
- A Fofinha é muito linda! -
Diz a Irene com brandura.
O seu pêlo é tigrado,
E mantém-se tão sedoso!
Ao querer dar marradinhas,
Seu miado é carinhoso.
- Andará atrás dos ratos?
Mas não posso acreditar,
Que uma gata tão mansinha
Ande de noite a caçar!
- Pois olhe que pode crer,
A Fofinha, esta beleza,
De que nós tanto gostamos,
Segue as leis da Natureza.
E mal que assim não fosse! -
A gatinha tão formosa
E simpática de dia,
Torna-se, à noite, ardilosa.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
O PÃO-DE-LÓ, história de Ilona Bastos
Pela manhã, a mãe do David levantou-se, de caracóis revoltos, lavou as mãos e correu à cozinha.
Aí, ferveu o leite, que deitou sobre o chocolate em pó, cortou uma gorda fatia de pão-de-ló, e tudo dispôs num tabuleiro, com uma palhinha vermelha e um alvo guardanapo de papel.
Depois, foi a vez de acordar o David, ensonado, recusando abrir os olhos.
- Bom dia, filhote! - cantou a mãe. - Vamos acordar.
O menino murmurou:
- Não...
- São horas de levantar! - disse a mãe, olhando o relógio.
O menino voltou-se na cama e resmungou:
- Não.
- Olha que tens de ir para a escola e não deves chegar atrasado! - lembrou a mãe, destapando o dorminhoco.
O menino fechou os olhos com força e agarrou-se aos cobertores:
- Não!
- Ai! Ai! - zangou-se a mãe. - Tu não queres acordar e lá dentro o pão-de-ló não pára de reclamar.
- O pão-de-ló? - perguntou o David, abrindo os olhos.
- Sim, o pão-de-ló - respondeu a mãe, expedita. - Não sei o que combinaste com ele, mas insistiu imenso em falar contigo, não me deixou sossegada, e agora está na sala, à tua espera...
- O pão-de-ló! - exclamou o menino, de olhar brilhante, sentando-se na cama.
Depois, sorriu, maroto, estendendo os braços:
- Ajuda-me, mãe. Tenho uma reunião importante, agora.
- Sim? – perguntou, a mãe, aliviada, entregando ao filho a camisa e as calças de ganga. - Tens uma reunião na escola, com a professora?
O David torceu o nariz e acabou por soltar uma gargalhada:
- Não, mãe, não! Na sala, com o pão-de-ló!
terça-feira, 26 de outubro de 2010
PELA PÁTRIA, poesia de António Correia de Oliveira
Ama as Árvores, ama. E, se puderes,
(E poderás: tu podes quanto queres!)
Vai-as plantando à beira do caminho.
Hoje uma, outra amanhã, devagarinho.
Serão em fruto e em flor, quando cresceres.
Façam os outros como tu fizeres:
Aves de Abril que vão compondo o ninho.
Torne fecunda e bela cada qual,
a terra em que nascer: e Portugal
Será fecundo e belo, e o mundo inteiro.
Fortes e unidos, trabalhai assim...
- A Pátria não é mais do que um jardim
Onde nós todos temos um canteiro.
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sábado, 23 de outubro de 2010
A FLORINHA E OS MALMEQUERES, história da Avómi
A Florinha é uma menina muito morena, de olhos e cabelos castanhos, que vive numa vivenda com um lindo jardim à volta. Ela gosta muito de malmequeres, por isso o jardineiro, o senhor Cravo, faz questão de ter sempre um canteiro com aquelas flores muito bem cuidadas, para alegria da Florinha que logo pela manhã vai ao jardim dar os bons dias a todas as flores, deixando para último lugar a visita aos malmequeres, junto dos quais permanece muito tempo.
Os malmequeres orgulham-se da Florinha, porque ela é muito boazinha e trata-os com carinho.
Quando ela chega muito bem penteada, de lacinho no cabelo a condizer com o vestido vaporoso, comentam entre si a beleza da menina e sentem-se orgulhosos por ela ser tão amiga deles.
O Boby, fiel companheiro e amigo da Florinha, adora-a e, porque sabe do carinho que ela tem pelos malmequeres, não permite, seja a quem for, que se aproxime daquele canteiro, salvo o senhor Cravo, pois esse, o Boby sabe que só ali vai, para o cuidar.
A Florinha gosta de bonecas e faz lindas roupinhas para elas.
Uma vez, era Inverno, Florinha estava a fazer um vestido para uma das suas bonecas, lembrou-se que o Boby também devia sentir frio e, coitadinho, não tinha nenhum agasalho. Dali a imaginar uma linda capa para o amigo, foi um instante e em pouco estava a braços com a tarefa que, quando ficou concluída, além de muito bem feitinha, assentou perfeitamente no seu cão.
A Florinha tem também um gatinho, o Taky que se encheu de ciúmes quando viu o Boby com a linda capa e, enquanto não teve uma para si, não parou de miar.
Devido a tantas tarefas, a Florinha esteve alguns dias sem visitar as amigas flores que ficaram tristíssimas. Sobretudo os malmequeres que um após outro foram murchando.
O senhor Cravo, preocupado e sem saber que fazer - uma certeza ele tinha: não era por falta de serem cuidados com dedicação, que os malmequeres assim estavam - resolveu chamar o senhor Rosa, floricultor com grande sabedoria, que de certo iria descobrir a origem da doença.
O senhor Rosa, como habitualmente fazia, logo que foi chamado, compareceu e, depois de um excelente exame, não encontrou justificação para o acontecido, pelo que, à cautela, retirou uma porção de terra que levou para o laboratório a fim de ser analisada.
No dia seguinte, a Florinha que já não aguentava mais as saudades, foi ao jardim visitar as flores, mas ficou desolada ao chegar perto dos malmequeres.
O senhor Cravo dirigiu-se logo à menina, para a informar das diligências que fizera junto do floricultor e também para lhe pedir, que não pensasse que tinha descuidado o tratamento daquele canteiro. Todavia, ela estava tão triste, que não ouviu o jardineiro e, ao mesmo tempo que falava com as flores e as acariciava, as lágrimas caíam-lhe pela face.
O senhor Cravo não sabia que fazer para animar a menina e começou a ficar muito preocupado, mas, tal não foi a sua surpresa, quando dali a pouco os malmequeres começaram a endireitar-se e a ficar viçosos como se nada lhes tivesse acontecido.
Uns dias depois apareceu de novo o senhor Rosa com o resultado da análise que era satisfatório, pelo que não compreendia o que se estava a passar. Estava, por isso, ali, para colher novas amostras de terra, já que queria repetir a análise.
O senhor Cravo informou-o, nessa altura, da mudança de estado dos malmequeres, quando, após uns dias de ausência, a Florinha voltou a visitá-los.
- Pronto! Aí está a resposta - disse o senhor Rosa, satisfeito - Já não é necessário repetir a análise.
As flores são como as pessoas; gostam de se sentir acompanhadas e acarinhadas. O senhor Cravo deve recomendar à Florinha que não deixe de vir visitar os malmequeres todos os dias, ainda que seja por pouco tempo.
A Florinha nunca mais passou um dia sem visitar as suas flores e os malmequeres ficaram viçosos para sempre.
sábado, 16 de outubro de 2010
A JOANA E O PARDAL, poesia de Maria da Fonseca
A Joana vem da loja
E pára pra descansar.
No início da escada,
Precisa de respirar.
Mas, de repente, que há?
O piar de um passarinho
Desperta sua atenção.
Olha em redor com carinho.
Por entre as folhinhas verdes
Vê no lancil da escada,
Saltitar um pardalito,
A começar a escalada.
A cada pulo que dá,
Vai soltando seu piar.
E a jovem, encantada,
Sobe os degraus devagar.
Chegam ao topo da escada
A par e passo irmanados,
A Joana vai para casa
E o pardal para os relvados.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
A CHUVA, história de Ilona Bastos
Naquele dia cinzento em que o Inverno chegou e fez o mercúrio descer nos termómetros, a mãe abriu a gaveta da cómoda e de lá retirou uma fofa camisola de lã às riscas.
- Toma esta camisola nova! - disse ela, entregando o agasalho ao filho, que o vestiu. - Hoje vais bem quentinho para a escola.
Pela rua fora, mãos nos bolsos, a assobiar, o Alexandre saiu cedo para as aulas, satisfeito e confortável dentro da sua nova camisola de lã.
E também a mãe ficou contente quando o menino, ao fim do dia, lhe contou que muito brincara, muito estudara, muito aprendera, e que não tivera frio nenhum.
Então, a mãe lavou rapidamente a camisola e estendeu-a a secar, para o filho poder vesti-la no dia seguinte.
Aconteceu que nessa noite caiu uma bátega de água, e de manhã, quando a mãe quis apanhar a camisola, foi encontrá-la fresquinha, molhadinha e... com metade do tamanho - com a chuva, a bela camisola nova de lã encolhera!
- Que grande aborrecimento! - desabafou a mãe, espreitando pela janela. - E ainda por cima vai continuar a chover durante todo o dia, por isso é melhor levares a gabardina.
Lá seguiu o Alexandre para o colégio, radiante, de capuz enfiado na cabeça, dando pontapés nas pedras da calçada.
Quando regressou, no final da tarde, a mãe ficou aliviada ao verificar que o menino muito brincara, muito estudara, muito aprendera, e não se molhara. Só os sapatos não se apresentavam no seu estado normal: estavam um pouco húmidos... ou melhor, molhados... bom, na verdade, estavam completamente ensopados!
- Rapaz! Rapaz! - exasperou-se a mãe - O que andaste tu a fazer?
E rapidamente descalçou o menino, colocando os sapatos junto do aquecedor.
No dia seguinte, pela manhã, a mãe tentou calçar o Alexandre. Mas os sapatos, marotos, recusavam-se a deixar os pés entrar, empurrando-os para fora - com o banho e a secagem, os sapatos tinham encolhido!
- Que maçada! - queixou-se a mãe. - Esta chuva parece que não pára, e hoje terás de levar as botas de borracha.
Que prazer, para o Alexandre, caminhar sobre poças e pocinhas, chapinhando e saltando, espalhando água em redor. De gabardina e com botas, não havia chuva que lhe chegasse, e o menino sentia-se nas suas sete quintas!
Mas, ai dos meninos traquinas! Distraído como ia, o Alexandre não reparou num buraco, mesmo à entrada do colégio. Quis pular e espadanar e acabou estatelado, a tomar banho na lama.
Para que não se constipasse, a professora despiu-lhe a roupa molhada e vestiu-lhe calças, camisola e gabardina, que havia no colégio para estas ocasiões. Só que o Alexandre era pequeno, e a roupa era grande...
Bom, quando, ao entardecer, o menino voltou para casa, veio a mãe, ansiosa, recebê-lo à porta. E vendo a esvoaçante gabardina, bem abaixo dos joelhos, as largas mangas escondendo-lhe as mãos, lançou os braços ao céu e exclamou:
- Ai, meu filho! Desta vez foste tu que encolheste!
camisola - suéter
gabardina - capa de chuva
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
AS ESTAÇÕES, poesia de Olavo Bilac (excerto)
Há tantos frutos nos ramos,
De tantas formas e cores!
Irmãs ! enquanto dançamos,
Saíram frutos das flores!
Está limpa a atmosfera,
E o sol brilha sem véu !
Todos os passarinhos
Já saem dos seus ninhos,
Voando pelo céu.
Há risos na cascata,
Nos lagos e na mata,
Na serra e no vergel:
Andam os beija-flores
Pousando sobre as flores,
Sugando-lhes o mel.
Dou vida aos verdes ramos,
Dou voz aos gaturamos
E paz aos corações;
Cubro as paredes de hera;
Eu sou a Primavera,
A flor das estações !
Imagem do blogue Clareira Oculta
O OUTONO
Há tantos frutos nos ramos,
De tantas formas e cores!
Irmãs ! enquanto dançamos,
Saíram frutos das flores!
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(O Outono:)
Sou a estação mais rica:
A árvore frutifica
Durante esta estação;
No tempo da colheita,
A gente satisfeita
Saúda a Criação,
Concede a Natureza
O prémio da riqueza
Ao bom trabalhador,
E enche, contente e ufana,
De júbilo a choupana
De cada lavrador.
Vede como o galho,
Molhado inda de orvalho,
Maduro o fruto cai ...
Interrompendo as danças,
Aproveitai, crianças!
Os frutos apanhai!