O TIM E A PIZZA
O cãozinho Tim tem pelo dourado,
longas orelhas e olhar animado.
Acha-se esperto e sabichão,
não ouve os conselhos que os outros lhe dão!
Na Passagem do Ano, o Tim desejava
uma bela pizza que a família jantava.
Rondava a mesa, de nariz no ar,
e com a patinha chamava, a ladrar.
Erguia o focinho, mas diziam-lhe: — Não!
A pizza não é comida de cão!
E eis que lançaram foguetes, lá fora!
A família correu a espreitar, sem demora.
Os pais e os filhos, todos à janela,
sorriam, olhando a estrela mais bela.
No centro da mesa, redonda, cheirosa,
lá ficou a pizza, quente e saborosa!
O queijo, o fiambre, o tomate docinho...
Que delicioso odor sentia o cãozinho!
O Tim só pensava, sentado no chão:
– Parece-me que a pizza é comida de cão!
Abanou a cauda e ladrou: – Está na hora!
Que rico petisco vou comer agora!
Saltou para a mesa, e a pizza mordeu,
levou-a para um canto e logo a comeu.
Lambeu o focinho, todo satisfeito,
pois estava orgulhoso do que tinha feito.
Voltou a família e, espantada, gritou:
– Oh!... Como é que a pizza daqui voou?
Com ar inocente, o Tim bem fingia
e, da sua malandrice, nada dizia.
Já noite bem escura, o Tim acordou.
A barriguinha doía, e o cãozinho chorou.
Todo enrolado, sobre o colchão,
desanimado, pedia: – Mais pizza, não!
Sentia tristeza, estava arrependido
por a grande pizza ele ter comido.
A família ouviu-o e veio ajudar,
trazendo um remédio para o curar.
Ficou junto dele e o acompanhou.
Deu-lhe um grande abraço que o animou.
– Querido cãozinho – disseram, baixinho.
– Já vais melhorar e não estás sozinho!
O Tim, nessa noite, aprendeu a lição:
Ao que a família diz é preciso atenção!
Ouvir quem nos ama é tão importante
como um abraço reconfortante.
Afinal, a família sempre tinha razão:
A pizza não é comida de cão!
Ilona Bastos