quinta-feira, 25 de agosto de 2011

FIM DE AGOSTO, poesia de Maria da Fonseca



Fim de Agosto, fim de férias,
Todos regressam contentes,
Seus hábitos, seus trabalhos,
Reencontros sorridentes.

Na mudança de ambiente,
Houve tempo pr'a pensar.
Numa ânsia de progresso,
A ideia é melhorar.

E sentem-se mais saudáveis,
Com o espírito liberto.
Os projectos variados
Têm seu momento certo.

Os alunos vão pr'a escola,
Com postura impecável.
Os pais muito recomendam,
Mostra de amor incansável.

Surgirá nova matéria,
Que é preciso aprender.
Mas são muito curiosos,
E amigos de mais saber.

Mais um ano escolar,
Um ano da vossa vida,
Com desafios e surpresas,
Esperança renascida.

E tudo correrá bem,
Com vontade e simpatia,
Daqueles que vos ensinam
A vencer no dia a dia.

Será grande o vosso esforço,
E o de todos os demais.
Mas o ano será cumprido,
Por favor não vos temais.

Uma vez chegado ao fim,
Mostraram ser animosos.
Provas dadas de que são
Cumpridores e generosos.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

HINO DE AMOR, poesia de João de Deus

Imagem da Internet


Andava um dia
Em pequenino,
Nos arredores
De Nazaré,
Em companhia
De São José,
O Deus-Menino,
O Bom Jesus.
Eis senão quando
Vê num silvado
Andar piando
Arrepiado
E esvoaçando
Um rouxinol,
Que uma serpente
De olhar de luz
Resplandecente
Como a do sol,
E penetrante
Como diamante,
Tinha atraído,
Tinha encantado.

Jesus, doído
Do desgraçado
Do passarinho,
Sai do caminho,
Corre apressado,
Quebra o encanto;
Foge a serpente;
E de repente
O pobrezinho,
Salvo e contente,
Rompe num canto
Tão requebrado,
Ou antes pranto
Tão soluçado,
Tão repassado
De gratidão,
Duma alegria,
Uma expansão,
Uma veemência,
Uma expressão,
Uma cadência,
Que comovia
O coração!


Jesus caminha,
No seu passeio;
E a avezinha
Continuando
No seu gorjeio,
Enquanto o via:
De vez em quando
Lá lhe passava
À dianteira,
E mal pousava,
Não afrouxava
Nem repetia,
Que redobrava
De melodia!

Assim foi indo
E o foi seguindo.
De tal maneira
Que noite e dia
Numa palmeira,
Que havia perto
Donde morava
Nosso Senhor
Em pequenino,
(Era já certo)
Ela lá estava
A pobre ave
Cantando o Hino
Terno e suave
Do seu amor
Ao Salvador!



segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A PRAIA, quadras de Ilona Bastos

Praia da Vieira, de Sílvia Patrício


Voam pipa, disco,  bola,
Espuma branca, onda do mar.
Rente à areia macia,
Passa a gaivota, a planar.

Um papagaio descola,
Pula o menino, a brincar.
Ao vento, em doce carícia,
 Vela de barco a vogar.