domingo, 9 de agosto de 2009

AS ROLINHAS, poesia de Maria da Fonseca

Fotografia de edthomas, em Digiforum
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As rolinhas, que eu conheço,
Têm penas matizadas
De cinza, branco e castanho.
Têm asas bem lançadas

E as cabecinhas redondas.
Muito vivos os olhitos
Vêem tudo o que se passa.
Brilhantes são seus biquitos.

E tendo em conta o seu nome,
Arrulham com alegria,
Desde que vêm o Sol
Até terminar o dia.

A rola chama-se Juju,
O menino é o Tiago.
A este lindo casal
Ele dá o seu afago.

A Primavera chegou,
A Juju pôs um ovinho.
E as duas meigas rolinhas
Nunca deixaram o ninho.

Ficava o rolo de noite
Sobre o ovinho sentado.
De dia sentava a rola
Sobre o filho desejado.

Um dia estalou o ovo,
Logo seus pais acorreram
A ajudar a avezita,
Que depressa esconderam.

- Já têm o seu bebé!
Grita o Tiago contente,
Desejoso de espreitar
A rolinha mais recente.

Vê-se através da penugem
O seu corpinho rosado,
Sua cabeça é redonda
E o olhinho bem fechado.

Mas o casal de rolinhas
Não deixa seu filho ver,
Muito bem aconchegado
Para não arrefecer.

Com o bico o alimentam,
Dão-lhe da sua comida.
É preciso que ele cresça
E se prepare prà vida.

O Tiago admirado,
Nas rolinhas reconhece
O grande apego dos pais,
Que seu filho lhes merece.

No seu pensar de criança,
Está bem certo o petiz,
- Os paizinhos dão o apoio
Prò filho crescer feliz.

No mundo em que nós vivemos,
Esta é uma lei natural.
O amor como o dos pais,
Não há outro amor igual!
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