sábado, 3 de setembro de 2011

O RESTAURANTE DO JOAQUIM - 1ª Parte, história de Ilona Bastos

Ilustração de Ilona Bastos
Era uma vez um casal que teve um filho. E, porque o amava muito e achou o nome bonito, baptizou-o de Joaquim.

Para garantir-lhe o futuro, decidiu o pai construir um restaurante - pedra sobre pedra, bem ligadas com cimento. A cobrir, colocou-lhe um vistoso telhado de argila vermelha, e, por dentro, amplas mesas e toalhas brancas. Assim era o Restaurante do Joaquim.

No primeiro aniversário do filho, levou-o o pai ao restaurante, ansioso por assistir à alegria infantil da criança perante o luzir dos talheres sobre as mesas e o brilhar dos copos sob a luz dos candeeiros.

Porém, a verdade é que o menino pouca piada achou àquilo tudo, mais entretido que estava em puxar ao pai as suíças e os bigodes. Mas o pai, enternecido, não se cansava de dizer:
- É o teu futuro, Joaquim, o teu restaurante.

O Joaquim cresceu cheio de vida e curiosidade por tudo o que o rodeava. E cedo manifestou o desejo de aprender a nadar. Logo os pais providenciaram para que o fizesse, e o rapaz depressa se tornou sério candidato a campeão.
Ilustração de Ilona Bastos

Na escola, o Joaquim mostrava-se bom aluno, sabia as lições, e com interesse aprendia tudo o que os professores ensinavam.

Entusiasmado, o pai ansiava pelo dia em que o Joaquim, terminados os estudos, tomasse conta do seu restaurante.

O restaurante que, diga-se de passagem, ocupava todos os tempos do pai de Joaquim, que dele cuidava com esmero, aperfeiçoando cada prato, cada iguaria, cada detalhe, reunindo dessa forma uma fiel clientela.

Mas o Joaquim parecia ter planos diferentes, e desejava continuar a estudar. Surgiu-lhe a ideia de que, se se movia na água, devia mover-se no ar. Queria aprender a pilotar aviões.

E os pais tudo fizeram para que o Joaquim se matriculasse na adequada escola e tirasse o seu brevê.

Que cuidados, que orgulho, os daqueles pais! O seu filho só lhes dava alegrias! E para que tudo ficasse bem, só faltava que o Joaquim se dedicasse ao restaurante.

No dia do exame final, quando, fardado, empunhava o diploma, o pai falou-lhe no assunto, mas o Joaquim, muito sério, confidenciou:

- Pai, tudo isto tem sido muito interessante, mas na verdade eu quero é ser astronauta. Quero ir para a América, trabalhar na NASA e viajar pelo espaço.


Sem comentários: