sábado, 2 de abril de 2011

A FORMIGUINHA BRANCA E A MINHOCA COR-DE-ROSA (CONT.), história da Avómi

Patchwork - composição de imagens retiradas da internet


Passou um certo tempo e um dia a Formiguinha Branca encontrou a Minhoca Cor-de-rosa, que se dirigia a casa apressadamente, carregada de compras.

A Formiguinha Branca ficou muito admirada pelo desembaraço da Minhoca e dirigiu-se a ela, dizendo:

- Olá, Minhoca Cor-de-rosa! Que grande saco levas! Não sei como podes com ele! Forte sou eu e acho que não conseguiria transportar um saco tão pesado.

- Ai, minha amiga, nem te digo nada! Tenho tido tanto que fazer, que me descuidei com as compras, por isso trago isto tudo. Venho apressada, porque quero ter o almoço pronto a horas. Detesto atrasar-me seja para o que for.

A Formiguinha Branca ficou de boquinha fechada, sem saber que dizer e a Minhoca Cor-de-rosa continuou:

- Emudeceste, não é verdade? Imagino! Quando me conheceste eu não era assim, mas depois de ter falado contigo, passei a ser uma excelente dona de casa. Até as minhas amigas ficam admiradas. Posso dizer-te, Formiguinha Branca, que nunca mais me interessei com o que se passa nos outros lares e a verdade é que agora tenho a minha casa bem arrumada e quando quero qualquer coisa, sei onde ir buscar. É certo que trabalho muito, mas é compensador. E mais, eu não sabia fazer nada e agora não tenho qualquer dificuldade em fazer seja o que for. Até já sei cozinhar, imagina!
A propósito Formiguinha Branca, queres dar-me o prazer da tua companhia para o almoço?

A Formiguinha Branca, admirada, convencida que estava a sonhar, não respondeu logo.

- Estás a ouvir-me, Formiguinha Branca? - perguntou a Minhoca Cor-de-rosa.

- Estou, estou! - respondeu a Formiguinha, atrapalhada - Desculpa ter-me distraído, mas estava a pensar...

- Imagino o que estarias a pensar, mas convidei-te para almoçar! - disse a Minhoca Cor-de-rosa.

- Não, obrigada! Estou de passagem e não quero demorar-me. - respondeu a Formiguinha Branca.

- Dar-me-ias muito prazer, minha amiga! - disse a Minhoca - Vá, vem daí que não te arrependerás, pois irás verificar com os teus próprios olhos, como acatei e beneficio dos conselhos que me deste naquele dia.

- Hoje não, minha amiga, porque tenho um compromisso. Virei outro dia, com muito gosto. - disse a Formiguinha - Mas não é preciso ir a tua casa, para acreditar que seguiste o meu conselho! Basta olhar para a tua cara, para me certificar da tua mudança; até pareces mais feliz.

- Sem dúvida, Formiguinha Branca, sou muito feliz! - disse a Minhoca - A minha curiosidade só foi útil, porque te conheci e me deste uma boa sarabanda, o que nunca me tinham feito antes. Bendita hora! No mesmo dia jurei que havia de me modificar e deixar de querer saber o que se passava na casa alheia. Naquela época nunca tinha tempo para nada e andava sempre cansada. Agora tenho tempo para tudo. Gostava muito que visses a minha casa, Formiguinha Branca! Até dá gosto viver nela.

- Hoje não posso, mas virei amanhã. Pode ser amanhã? Não te faz diferença?

- Pode, pode! Quanto mais cedo, melhor.

No dia seguinte a Formiguinha Branca levantou-se muito cedo, arrumou a casa, tomou o seu banhinho, arranjou-se e foi, como tinha prometido, a casa da Minhoca Cor-de-rosa, que a recebeu com todo o requinte.

A Formiguinha Branca gostou muito da casa da Minhoca Cor-de-rosa, pois estava tão asseada e arranjada, que dava gosto ver.

A partir de então passaram a visitar-se e ficaram muito amigas.



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