quinta-feira, 18 de junho de 2009

A AVENTURA DO TIM, história de Ilona Bastos

Cocker Spaniel Inglês, Mary Pinke Neck Original Art

O Tim tem pêlo dourado, longas orelhas e uma cauda pequenina sempre a abanar. Como todos os cockers spaniel, é um cãozinho alegre e muito meigo.
Nasceu numa grande quinta, cheia de flores, árvores e animais. Mas quando o Tim completou oito meses a sua família mudou-se para um apartamento na cidade.

A família do Tim é composta por cinco pessoas: a sua dona Gaby, uma menina de sete anos; os pais desta, João e Ana; e os avós, António e Luiza. Os avós continuam a morar na quinta onde o Tim nasceu.
Os avós vêm frequentemente à cidade, onde passam temporadas em casa da Gaby. E é nestas alturas que o Tim fica mais excitado e a Gaby mais feliz - quando a família está toda reunida.

O Tim é um cãozinho educado e obediente. A Gaby ensinou-o a sentar, deitar, cumprimentar e erguer-se apenas sobre as duas patas traseiras. Fica encantador, o Tim, ao fazer estas habilidades!

O Tim adora passear. E se a Gaby diz a palavra "rua", ele abandona tudo e aproxima-­se, atento. Olha para a menina, muito espantado, levanta as orelhas e prepara-se para correr. Passear é a coisa melhor do mundo!

O avô António gosta muito de levar o Tim a passear. E foi num destes passeios que o cãozinho teve a sua mais emocionante aventura.

Tinham saído os dois para dar uma volta, e estava a anoitecer. Desceram a rua e atravessaram o jardim. O Tim, como todos os cães de caça, tem um faro muito apurado. E entusiasmou-se com o delicioso cheiro a frango, vindo de uma churrascaria.
Decidido, puxou o avô até lá. Depois, resolveu seguir a pista de uma cachorrinha simpática, que ali passara momentos antes. E, assim, andando rapidamente, foram-se afastando de casa.

De repente, sem que ninguém a esperasse, a luz de um relâmpago iluminou a noite. Seguiu-se-lhe um trovão. O Tim assustou-se, deu um salto e fugiu. E o avô António assustou-se também, porque percebeu que as suas pernas idosas não corriam tanto como as patinhas ágeis do Tim, e que este rapidamente desaparecia da sua vista.

Grossas gotas de chuva começaram a cair, e o avô, muito triste, compreendeu que não tinha outro remédio senão regressar a casa, mesmo sem o seu companheiro.

Quanto ao Tim, estava encharcado e procurava um abrigo. Por isso, ficou satisfeito quando descobriu um parque com árvores frondosas, no centro do qual havia uma casa com um aspecto estranho: era como uma grande varanda redonda, sem janelas, nem paredes, com degraus e uma cobertura de ferro verde.

Tratava-se de um coreto, onde, durante o dia, se tocava música e apresentavam espectáculos. Mas o Tim não sabia. Subiu os degraus, pensou que ali estava um bom abrigo, aninhou-se num canto e ficou a ouvir a chuva a cair.

Aconteceu que a chuva parou rapidamente. Embora forte, era apenas um aguaceiro. E o Tim levantou-se, lembrando-se de que deveria ir ter com o avô António, para regressarem a casa.

Mas então é que tudo se complicou: o avô desaparecera, o Tim não sabia voltar para casa sozinho, estava escuro, e ainda por cima a chuva lavara as ruas, apagando quaisquer cheiros que pudessem ajudá-lo a descobrir o caminho...
O Tim voltou a deitar-se, desanimado. E acabou por adormecer.

O dia seguinte amanheceu cheio de sol, e o cãozito acordou bem disposto.
Preparava-se para descer do coreto, quando ouviu latidos e o som de passos a subir os degraus.

À sua frente, apareceu uma moça acompanhada por cinco belos caniches brancos, que logo o cumprimentaram.
- Olhem quem aqui temos! - exclamou ela. - Como vieste aqui parar? Estás perdido?

Começou a fazer festas ao Tim, que ficou muito agradecido e lambeu-lhe as mãos.

- És um cãozinho simpático! Deixa cá ver como te chamas e onde moras.

O Tim levava, na coleira, uma pequena cápsula onde estavam escritos o seu nome e morada.
- És o Tim! - disse a rapariga. - E moras aqui perto. Fica tranquilo, que nós levamos-te a casa depois do espectáculo.
.
Circus Dog, de Sherri Blum
.
A moça, que se chamava Marina, era amestradora de cães, e ia dar um espectáculo no coreto. Rapidamente trouxe de uma carrinha os bancos, os arcos e todos os adereços necessários. E começou a sessão!

As pessoas que passeavam no jardim àquela hora aproximaram-se e ficaram a assistir, espantadas, às habilidades dos inteligentes cãezinhos.

Obedientes, sentavam-se, deitavam-se e rolavam sob a orientação da Marina. Valentes, empurravam pequenos barris coloridos. Leves, saltavam através de arcos. Elegantes, dançavam sobre as duas patas traseiras. E educadamente agradeciam as palmas, sempre a dar às suas pequenas caudas.

No final do espectáculo, receberam uma grande ovação, e o Tim juntou-se aos caniches para mostrar os truques que a Gaby lhe ensinara: sentou-se, deitou-se, cumprimentou as crianças que rodeavam o coreto, e finalmente ergueu-se nas duas patinhas traseiras. A Marina ajudou-o, sorridente, e o Tim recebeu entusiásticos aplausos.

Terminada a apresentação, o Tim partilhou da água e da saborosa comida dos seus novos amigos. E, depois, foram todos levá-lo a casa, na sua carrinha branca.

O reencontro da família foi uma festa! Quanto se tinham preocupado com o desaparecimento do Tim!
Mas agora estavam todos felizes, e, mais do que ninguém, o Tim, que nesse dia realizara um dos seus mais antigos sonhos: fora um verdadeiro artista de circo!
.

2 comentários:

Anónimo disse...

Eu também conheço um cocker spaniel dourado que é encantador, tal como contaste que é o da Gaby. Gostei muito da Aventura do Tim. Beijinhos, Vera

Ilona Bastos disse...

Vera, Muito obrigada pela visita e pelo comentário! Estes cockerzinhos dourados, cheios de personalidade e charme, sabem mesmo conquistar o nosso coração! Beijinhos, Ilona